quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Francisation dos meus pecados!

Acabou! Pelo menos por enquanto...  3 meses de curso, todo santo dia, durante o dia todo, cansa! E esse finzinho parecia que ia chegar o ano que vem mas não chegavam o fim das aulas. Nesse último mês em especial ainda teve bastante assunto, isso mais estudar para as provas acho que justificam meu sumiço do blog. Mas esta semana (de férias yay! \o/ ) prometo que teremos váaaarios posts!
Para começar que tal a própria Francisation?
Eram 20 pessoas na minha turma, 2 com nível muito bom, umas 4 muito mal e o resto na média. No fim das contas essas 4 o professor aconselhou que repetissem o curso (o que ainda é possível no 2, mas não no 3).
Acho que meu nível de francês evoluiu bastante, na verdade não tem nem comparação com o de antes. Quando as pessoas falam, se o sotaque québecois não for tão forte, dá para entender uns 80%. Claro que responder é mais difícil, dependendo do assunto falta vocabulário e a desgraçada da gramática me pega pelo pé. Eu tento não me martirizar com isso, visto que mesmo em português eu não sou excelente, daí querer ser boa em 3 meses de aula e em francês é muito né? Mas fico pensando se não deveria procurar um curso à parte para me ajudar nela. Veremos, talvez ano que vem.
Em 3 meses até que fizemos muita coisa, o curso nos levou para colher maçã, visitar o Biodôme, a Biblioteca Central, o Museu de história do Quebeque. 

Saída para colher maçãs
A turma quase sempre foi em peso e de forma geral, sempre foi um ambiente muito amistoso, mesmo com as diferenças culturais.
O que a grande parte de nós estranhou foi o professor, um russo de uns 50 e poucos anos, nem um pouco simpático ou caloroso. Não vou falar o nome dele aqui porque acho que não tem necessidade, mas "A" assustava meia sala e coagia a outra metade. Ele reagia com raiva e ficava irritado cada vez que a gente errava alguma coisa. E dava fora atrás de fora se pedíssemos para repetir alguma explicação. Respirava fundo, fungava e gesticulava a cada pergunta. Vejam, não é que ele não seja um bom professor. Ele é por sinal um excelente professor (contraditório, eu sei...). Mas a cada pergunta parecia que ele ia ter um troço, era um misto de falta de paciência com raiva mesmo. Aí chega a um ponto que a gente começa a se questionar se a sala toda estava mal assim e se as perguntas eram tão ruins. Lá pelas tantas acabamos descobrindo fora da faculdade da fama dele, amigos dos colegas que já foram seus alunos e falaram que foi exatamente do mesmo jeito. Soubemos até que uma turma em especial foi se queixar para a coordenação do curso que por sua vez deve ter dado uma chamada em "A". Ele melhorou o comportamento por alguns dias mas depois voltou ao habitual. Ou seja, a gente reclamar também não faria diferença. Tinha aluno que, para evitar de passar por isso, simplesmente não participava da aula. 
Já nossa animatrice, uma quebécoise, era justo o oposto e acho que isso acabou compensando um pouco. "M" deve ter seus 30/35 anos faz o estilo descolada e amiga da galera, dava risada junto, conversava fora da sala, aconselhava, brincava, na despedida da sala foi junto com a gente... 
Eu sei que nesse último mês, "M" nos perguntou o que estávamos achando do trabalho dela, que ela precisava fazer uma auto avaliação e queria saber se tínhamos algumas sugestões. Quase todo mundo elogiou e deram algumas ideias até que alguém disse, "é só continuar sendo você e não virar um "A"".
Claro que ela quis saber o que isso significava e a coisa explodiu! Com exceção de 2 alunos (1 russo que disse que entendia o ponto de vista do professor e que até ali ele não tinha visto nada demais. Que na Rússia ele já teve professores muito piores. Deve ser coisa cultural, sei lá; e uma outra, mas essa é só puxa saco de professor mesmo) a sala inteira sentando pau no professor. Acho que especialmente nós, os latinos, estranhamos bastante essa falta de ternura. Não me lembro de nunca antes na história deste país da minha vida um professor ter falado comigo daquele jeito. Claro que todo mundo é adulto e tem consciência de que se ele é assim é porque é grosso mesmo, então dane-se, mas se fossem crianças provavelmente teriam choros na sala...
Bom, depois desse desabafo com "M", que com certeza deve ter saído de lá e ido direto falar com professor, até que as coisas melhoraram. Alguns dias mais ou menos, mas não mais como antes. 
Tanto que no fim do curso a gente até se cotizou para comprar um vinho para ele, tipo fazendo as pazes. Mas ele acabou soltando sua última pérola: "vocês estão querendo me subornar (para terem boas notas na provas)?"
A gente podia ter ido embora sem essa, né?

Fotos da nossa despedida:



 
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Levando o Alce para Casa

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